A droga é de quem?
Nossa indignação é tão
espetaculosa quanto as notícias, gostamos de espetáculo e quando ele não é no
circo ou na arena é na internet, ela é o novo circo, a nova arena, onde
assistimos do conforto de nosso lar com o pão na mão o espetáculo midiático.
No caso recente do piloto pego
com as drogas, ele pagará o pato, mas e a droga de quem era? Para quem ele
estava levando? Ou vai ficar por isso mesmo.
No caso do helicóptero com cocaína
o que deu? A mídia não falou mais nada porquê? Só quer o espetáculo?
Ficamos felizes quando a mulinha
que vende drogas na esquina é presa, mas meia hora depois já tem outra no
lugar, como sempre quem vai para cadeia será sempre o mais fraco, menos
favorecido, que por vários motivos entrou nessa maldita vida.
Das nossas poltronas, empregados
e tendo o que comer achamos que essas pessoas menos favorecidas e que não
tiveram a mesma oportunidade devem se virar e escolher coisas boas para fazer
porque nós conseguimos e elas também irão conseguir, que balela, por acaso você
ou eu daríamos nosso lugar a elas? Claro que não porque lutamos para isso e
elas devem fazer o mesmo.
Como é fácil falar de onde
estamos, mas sem perspectivas, sem as três refeições diárias, sem casa, sem
educação, sem boas roupas, sem boa aparência, ou seja, no lugar e na situação
delas o que faríamos?
O piloto, quantas vezes ele
viajou levando drogas? Porquê? Qual sua motivação? A mando de quem?
Nós seres humanos parece que
nunca evoluímos, só mudam as formas de escravidão, de segregação, de
seletividade, o que acontecia a dois mil anos atrás acontece ainda, só que mais
moderno.
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